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Apresentações de carimbó e bèlè, ritmo caribenho da Martinica, encerraram os três dias da "III Jornada de Gratidão aos Povos Negros" realizada pelo terceiro ano consecutivo em Belém. Este ano, a jornada firmou irmandade entre Belém e Fort-de-France, capital da Martinica, por meio da memória de Frantz Fanon e Aimé Césaire, dois importantes intelectuais da negritude martinicana. O evento, iniciado na quarta-feira, 8, encerrou nesta sexta no Palácio Antônio Lemos com a apresentação dos ritmos do carimbó e bélé demonstrados pelos grupos Balé Folclórico da Amazônia e Grupo Bèlè an Wout, da Martinica.
Promovido pela Prefeitura de Belém, com apoio da Universidade Federal do Pará e da Aliança Francesa, o evento recebeu uma delegação da Martinica para celebrar os 20 anos do acordo que firmou a irmandade entre a Capital do Pará e Fort-de-France. A noite de encerramento foi um encontro de ritmos e dança das duas cidades que reforçou as semelhanças e as diferenças entre os povos, apontou a presidente da Cultura e do Patrimônio da Coletividade Territorial da Martinica, Michele Monrose.
“Durante os três dias, a delegação da Martinica pôde fazer muitas trocas em Belém, inclusive visitando escolas, inclusive trocando com grupos de carimbó de Belém e também fazendo com os paraenses aprendessem um pouco do ritmo martinicano. Essa noite foi muito rica e magnífica pela possibilidade da troca e pela percepção de como a herança negra é inerente aos povos de Belém e da Fort-de-France”, apontou a presidente Michele.
Apesar do evento ter durado apenas três dias, a delegação da Martinica, composta por autoridades ligadas à cultura e o grupo cultural, passou uma semana em Belém para aprofundar os laços entre as culturas, afirmou o coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura de Belém, Luis Arnaldo Campos,
“Foi uma semana intensa, eles estiveram com o prefeito Edmilson Rodrigues, foram à Ilha do Combu, visitaram a Escola Bosque, fazendo com que florescesse toda essa identidade cultural imensa, que é o objetivo do evento, a "Jornada de Gratidão aos Povos Negros": reunir a diáspora da Amazônia e da Martinica, convivendo com as diferenças e principalmente fortalecendo suas semelhanças”, relata o coordenador.
Para o Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, o evento tem seu lado concreto, que é o trabalho da construção de um amplo projeto de cooperação envolvendo várias áreas, da educação à saúde.
“Belém é uma mestiçagem, e é preciso reconhecer a importância da herança negra para Belém, nos ritmos, na cultura, nas artes, na gastronomia. A 'Jornada de Gratidão aos Povos Negros" já elegeu a irmandade com os povos do continente africano como Guiné-Bissau, Cabo Verde, e agora com a Martinica, terra de grandes intelectuais como Franz Fanon e Aimé Césaire, que influenciaram o mundo, principalmente a África, na organização desses povos contra as antigas potências colonizadoras. Reunir os dois povos é motivo de muito alegria”, reforça o prefeito Edmilson.